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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A igreja da modificação corporal

Você já ouviu falar em Igreja de modificação corporal? Já se deparou com pessoas que declaram ter esse tipo de religião? Achou tolisse, desculpa ou papo furado ?
Acredite ou não, essa igreja existe, e anda levantando muitos questionamentos, quebrando alguns tabus e inclusive ‘regras’ de uma sociedade.

Criada na virada de século por Steve Haworth em Phoenix (Arizona, EUA), esta comunidade afirma em sua doutrina que existe "espiritualidade" no desejo de modificação do corpo humano. "Praticando as técnicas de manipulação e de modificação corporal reforçamos os laços entre mente, corpo e alma, e conseguimos viver nossa espiritualidade como indivíduos completos", assinala o site da organização.
Precisamente, a mente, o corpo e a alma, representados por três linhas brancas - denominadas "linhas ministeriais" – essas, são as senhas de identificação desta igreja, que seus "padres" trazem tatuadas.

Segundo os últimos dados da Academia Americana de Dermatologia, quase 50% dos americanos tem no corpo alguma tatuagem ou piercing. Isso explica porque estes pastores têm um grande ''rebanho'' para o qual transmitir sua fé. A "Igreja da Modificação Corporal" (CoBM, na sigla em inglês) se declara aconfessional, não discrimina fiéis de nenhuma fé ou religião, mas adverte que algumas de suas práticas podem ser contrárias a determinadas crenças.

A CoBM teve que esperar até 2001 para ter certa popularidade, que chegou inesperadamente, por via judicial. O caso " Costco contra Cloutier".
Costco Wholesale é uma grande rede de supermercados, que demitiu uma de suas empregadas que negou-se a ocultar o piercing de sua sobrancelha durante as horas de trabalho. A jovem decidiu denunciar a empresa por demissão sem justa causa e alegou no tribunal que sua negativa tinha motivações religiosas, já que fazia parte da "Igreja da Modificação Corporal". Apesar de a corte ter determinado em sua sentença que a ex-trabalhadora não tinha razão em seu pedido, a CoBM teve publicidade gratuita que resultou na sua expansão.

No entanto, mesmo tendo esta popularidade e sendo legalmente reconhecida pelo Governo dos EUA, nem tudo foram flores para a igreja, que se viu envolvida em vários escândalos, quase todos de âmbito econômico.
Alguns internautas, que aproveitam o anonimato da internet, denunciaram a falta de transparência que a CoBM tem com as doações de seus membros. Além disso, em 2002 surgiu uma polêmica que até hoje persegue a organização. Onde, dois de seus ministros - Alva Richcreek e Steve Truitt- foram detidos sob a acusação de praticar a medicina ilegal, após terem realizado uma operação de modificação genital sem a devida autorização.

O presidente da congregação não quis fazer declarações e se remeteu a um comunicado publicado na Internet. Por estas razões, muitos pensaram que o fim da igreja estava próximo, só que pouco a pouco continua conquistando fiéis "cansados de ser discriminados ou ignorados” pela sociedade devido a sua decisão de modificar o corpo.

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