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sábado, 18 de dezembro de 2010

(Des)Esperança

Espero por tudo que vivo.
Espero este Sol torto se por
E dar origem a mais uma noite vazia.
Espero mais uma dose de qualquer
Bebida forte que me abafe os sentidos.

Espero a dor que golpeia
Meu peito incessante vestir
Seu figurino e atuar
Como personagem ululante a cantar
Músicas-memórias num desatino.

Espero mais uma oportunidade
De se autodestruir, somente
Para expressar e externar
As ruínas de meu interno emocional flamejante.

Espero na janela e assisto a vida
Passar pelas minhas retinas.
Espero no passado-presente de um futuro sórdido,
Perdido na neblina de um acaso de dor e prazer.

Espero no sangue amargo,
No sangue derramado
De um reles apaixonado morto.
Espero você passar por mim
E espero você passar em mim.

Espero com a graça e decadência
De um ultra-romântico dilacerado.
Espero algo que não sei dizer
Apenas espero você passar.


http://ironia-decadente.blogspot.com/

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