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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011




“Através de meus graves erros— que um dia eu talvez os possa mencionar sem me vangloriar deles — é que cheguei a poder amar.

Até esta glorificação: eu amo o Nada.

A consciência de minha permanente queda me leva ao amor do Nada.
E desta queda é que começo a fazer minha vida.
Com pedras ruins levanto o horror, e com horror eu amo.
Não sei o que fazer de mim, já nascida, senão isto:

Tu, Deus, que eu amo como quem cai no nada.”

Clarice Lispector

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